segunda-feira, 25 de maio de 2009

O nascedouro de uma cobertura jornalística


DIÁRIOS EM CONSTRUÇÃO

Na última quarta-feira, 20/05, houve uma reunião no CRAS com os quilombolas para discutir sobre quais temas o Jornal da Rua abordará nesse ano. Estavam presentes: Sandra e Paula (que trabalham no CRAS – Centro de Referência em assistência Social da Regional Oeste), Adélia, Cristina, Lucas, Joana, Cíntia, Tatiana, Thaís, Roberto e Joana (equipe do Jornal), Anderson, Júnior, Liliana, Jorgina, Roberto, dona Júlia, Maria Lúcia (moradores do quilombo).

No primeiro momento, a coordenadora do projeto, Cristina Leite, explicou a proposta do Jornal aos presentes (Júnior, integrante dos Luízes, em contato com o JR). Depois disso, a assistente social do CRAS Paula passou um vídeo: Oficina da Reflexão – resgate a cultura, realizada pela prefeitura, CRAS e UFMG dentro do quilombo. Durante essa oficina os moradores fizeram penteados afro, desfrutaram do Dia da Beleza, confeccionaram estandartes. Todas essas atividades precederam a um desfile que ocorreu para selar o fim do trabalho na comunidade. A Oficina agradou a todos e os fizeram sentir bem cuidados e amparados, conforme os depoimentos veiculados no vídeo.

Após assistir ao vídeo (veja a cena ao lado), iniciou-se a discussão das idéias sobre o que o Jornal da Rua 2009 poderia tratar com relação ao Quilombo dos Luízes. Por ser de interesse do jornal temas ligados à cultura e suas manifestações na cidade, foi sugerido trabalhar sobre a festa de Santana que ocorre anualmente na localidade. O acompanhamento dos preparativos e a investigação sobre os modos como uma tradição é mantida e vivida pelos quilombolas serão o foco da próxima edição do jornal.

Os moradores gostaram da opção, uma vez que nessa festa há a participação de muitos moradores, não somente na produção da festa em si como também da missa conga e da novena que antecedem a comemoração (Cristina em conversa com Liliana sobre a Festa de Santana).

A Festa de Santana recebe doações e apenas dessa forma ela acontece. Cada morador ajuda de alguma forma e auxílios externos também são bem-vindos. A imagem de Santana, símbolo da festa tem cerca de trezentos anos. Nesse ano de 2009 a festa será realizada dia vinte e sete de junho.

Crédito das fotografias: Cínthia Cristina

sábado, 23 de maio de 2009

Uma questão de orientação


IDENTIDADE DE GÊNERO

Por Joana Nascimento


Transexualidade é a condição considerada pela OMS – Organização Mundial de Saúde - como um tipo de transtorno de identidade de gênero. Refere-se à condição do indivíduo que possui uma identidade de gênero diferente da designada no nascimento, tendo o desejo de viver e ser aceito como sendo do sexo oposto.

Usualmente os homens e as mulheres transexuais apresentam uma sensação de desconforto ou impropriedade de seu próprio sexo anatômico e desejam fazer uma transição de seu sexo de nascimento para o sexo oposto (sexo-alvo), com alguma ajuda médica, tal como terapia de reatribuição de gênero.

A explicação estereotipada é de "uma mulher presa em um corpo masculino" ou vice-versa, ainda que muitos membros da comunidade transexual, assim como pessoas de fora da comunidade, rejeitem esta formulação. O gênero dos termos usados para descrever pessoas transexuais sempre se refere ao gênero-alvo. Por exemplo, um homem transexual é alguém que foi identificado como fêmea no nascimento em virtude de seus genitais, mas identifica-se como um homem que está em transição para um papel social de gênero masculino e um corpo reatribuído como masculino.

Curiosidade na história

Nero após chutar um de suas esposas que estava grávida, Poppaea Sabina (veja seu busto, ao lado - Álbum do Picasa), até a morte, arrependeu-se e, tomado de remorsos, buscou alguém parecido com ela. Encontrou em um escravo, Sporus, essa semelhança. Nero então ordenou a seus cirurgiões que o transformassem em mulher. Após a cirurgia os dois se casaram formalmente – inclusive com direito a véu de noiva e enxoval – e Sporus viveu como mulher a partir de então.

Transgênero

Os transgêneros vêem a si mesmos como pertencendo a um papel de gênero diferente do que lhes foi designado no nascimento.

As crianças transgêneres não se sentem atraídas pelo mesmo sexo, nem sabem o que é atração. O que querem mesmo é pertencer ao sexo oposto.

No Brasil

Para muitos estrangeiros, as imagens variadas dos homossexuais brasileiros, extrovertidos e licenciosos, que expressam a sensualidade, a sexualidade ou a atitude liberal durante o carnaval, acabaram sendo confundidas com uma suposta tolerância da homossexualidade e da bissexualidade no Brasil. A permissividade aberta do carnaval, assim diz o esteriótipo, simboliza um regime sexual e social que aceita a ambigüidade sexual sem restrições. Contribui para isso o fato de que no país não existem leis anti-homossexuais na Constituição nem no Código Penal.

Travestilidade

No sentido fisiológico o travesti é um homem, mas se relaciona com o mundo como se fosse uma mulher: seu corpo é moldado com formas femininas, socialmente exerce o papel da mulher, mas na intimidade usa às vezes seu pênis em suas relações sexuais.

A principal característica que permeia esse universo é abrigar num corpo masculino o espírito e a mente femininos. Travestis podem viver sua sexualidade incorporando em um mesmo corpo físico e mental, o masculino e o feminino, forma dúbia que pode estar expressa na sua própria aparência.

Há um segmento de pessoas que consideram que o sufixo “ismo”, nesse contexto, significa disfunção ou desvio, o que aumenta a dificuldade de ser travesti. Por não considerar essa patologia imposta, as travestis preferem o termo travestilidade como forma de suprimir o peso implícito de doença, vinculado à expressão travestismo, assim como a supressão do termo homossexualismo em benefício do termo homossexualidade, uma vez que o homossexualismo já não é mais classificado como doença pela OMS.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

terça-feira, 19 de maio de 2009

Semana contra a homofobia


PROGRAMAÇÃO

17 de maio
Dia Mundial da Luta contra Homofobia

19/05 - 19h - Diálogos no Conselho: "Homofobia: sociedade, diversidade e preconceito"
Local: Auditório Ruy Flores Lopes (CRP-MG - Rua Timbiras, 1532, 6º andar - Lourdes)
Organizadores: Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais - CRP-MG

20/05 - 18h - Lançamento do vídeo de promoção da diversidade sexual e mesa redonda
Local: Auditório Azul - Escola de Ciências da Computação (Campus da UFMG - Pampulha)
Organizadores: GUDDS! e NUH/UFMG

25/05 - 18h30 - Lançamento da Pesquisa Perseu Abramo
Local: Faculdade Dom Helder Câmara (Rua Álvares Maciel, 628, Santa Efigênia - atrás da Santa Casa)
Organizadores: Fundação Perseu Abramo

27/05 - 14h - Fórum CAVIV/CMDH - Homofobia, violência e direitos humanos
Local: Auditório da Secretária Municipal Adjunta de Políticas Sociais (Rua Espírito Santo, 505, 18º andar - Centro)
Organizadores: Coordenadoria de Direitos Humanos/ Secretaria Municipal Adjunta de Direitos da Cidadania

29/05 - 12h - Debate Público: "Homofobia na UFMG"
Local: Sala 1012 (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - FAFICH - Campus da UFMG - Pampulha)
Organizadores: GUDDS! e NUH/ UFMG

domingo, 17 de maio de 2009

Travesti, transexual e transgênero; quem é quem?


IDENTIDADE DE GÊNERO

PARIS, França (AFP) - 14 de maio de 2009

Travesti, transexual, transgênero são termos relacionados à identidade sexual e se referem a realidades diferentes (Crédito: AFP).

O transexualismo foi incluído em 1996 na Classificação Estatística Internacional de Enfermidades e Problemas Relacionados à Saúde (CIM 10), no capítulo dos "transtornos de identidade de gênero". Esta decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) provocou a consternação das pessoas 'trans', que denunciam uma 'psiquiatrização' de seu estado.

Essa classificação define o transexualismo como "um desejo de viver e de ser aceito como uma pessoa do sexo oposto."

Este desejo é acompanhado geralmente de um sentimento de mal-estar ou de inadaptação ao seu sexo anatômico e do desejo de realizar uma intervenção cirúrgica ou um tratamento hormonal para tornar seu corpo o mais parecido possível ao sexo desejado".

Associações e médicos insistem que uma identidade de gênero (sentir-se homem ou mulher) existe e é independente da identidade sexual biológica e da orientação sexual - hetero, homo ou bissexual.

Na França, os médicos decidiram diferenciar os "transgêneros" que realizaram uma hormonoterapia e os "transexuais" que, além da hormonoterapia, passaram por um procedimento cirúrgico de "mudança" de sexo.

Para ser homem, a operação consiste em eliminar os seios, os ovários e o útero e elaborar um pênis. Para se tornar uma mulher, é preciso retirar o pênis, 'construir' uma vagina e uma vulva, e realizar implantes mamários.

O travestismo, segundo a CIM 10, refere-se ao "fato de vestir roupas do sexo oposto durante parte de sua existência, com o objetivo de desfrutar da experiência de pertencer ao sexo oposto, mas sem o desejo de mudança de sexo permanente por meio de uma transformação cirúrgica".


Foto-legenda: Travesti, transexual, transgênero são termos relacionados à identidade sexual e se referem a realidades diferentes. O transexualismo foi incluído em 1996 na Classificação Estatística Internacional de Enfermidades e Problemas Relacionados à Saúde (CIM 10), no capítulo dos 'trastornos de identidade de gênero'. Esta decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) provocou a consternação das pessoas 'trans', que denunciam uma 'psiquiatrização' de seu estado.

sábado, 16 de maio de 2009

Das salas para a rua


DIÁRIOS EM CONSTRUÇÃO

Por Joana Nascimento


No dia 13 de março desse ano aconteceu a primeira reunião da equipe do Jornal da Rua de 2009. As coordenadoras do projeto, Cristina Leite e Adélia Barroso davam início a mais um semestre de atividades do projeto de extensão.

O livro A vida que ninguém vê (ver capa ao lado), de Eliane Brum, serviu como material de análise para que a proposta do Jornal da Rua fosse mais bem compreendida. Nas reuniões seguintes as reportagens que compunham a obra de Eliane Brum foram discutidas pela equipe.

Nessa fase já havia decidido que um caderno do jornal trataria do quilombo existente na região Oeste de Belo Horizonte. Para que a equipe pudesse ir a campo na produção dessas matérias, algumas pesquisas acerca desse assunto foram realizadas previamente.

Dia 13 e 16 de abril

O projeto de extensão promoveu uma palestra com Liliane Anderson, vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays e Transexuais, (ABLGT). Lili falou sobre transexualismo e travestismo como também sobre a situação dessas minorias sexuais no nosso país. Decidiu-se que esse é o outro assunto a ser tratado pelo Jornal da Rua 2009.

A primeira reunião com o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da regional Oeste aconteceu no dia 16 de abril. Desde outras edições que o Jornal da Rua firmou parceria com essa organização para que o trabalho dentro do Morro das Pedras, no caso desse ano de 2009, no Quilombo dos Luízes, fosse mais eficiente. Dessa reunião surgiu a iniciativa de agendar um encontro com os quilombolas.

Dia 9 de maio

Esse encontro aconteceu, no próprio CRAS. Alguns moradores do Luízes (Festa de Santana no quilombo urbano - Crédito: Irohin) compareceram e propuseram a toda equipe uma visita ao quilombo para que mais pessoas soubessem da realização do jornal. A idéia, fundamentada nas premissas do projeto Jornal da Rua, é que os quilombolas utilizem o espaço do jornal para contarem suas histórias.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Equipe do Jornal da Rua 2009


PERFIL

Maria Cristina Leite Peixoto
Doutora em Sociologia pela UFRJ, professora do curso de Jornalismo do Uni-BH e coordenadora do Jornal da Rua.

Cínthia Cristina Antunes
Estudante do 5º período de Jornalismo do Uni-BH, participa do Jornal da Rua desde o primeiro semestre de 2009.

Joana Maria do Nascimento
Estudante do 6º período de Jornalismo do Uni-BH, participa do Jornal da Rua desde fevereiro de 2008. Também é colaboradora no Jornal Impressão: fotografa e produz matérias.

Lucas Fernandes
Estudante do 4º período de Jornalismo do Uni-BH, participa do Jornal da Rua desde 2009. Ex-editor de fotografia do Jornal Impressão, é idealizador da Revista Digital Sem Fronteiras.

Madson Luiz da Silva
Estudante do 2º período de Jornalismo do Uni-BH, é fotógrafo, locutor, colaborador do jornal Folha de Sabará e participa do projeto Jornal da Rua desde 2009.

Marisol Bispo
Estudante do 4º período de Jornalismo do Uni-BH, participa do Jornal da Rua desde o primeiro semestre de 2009, e também atua no projeto Jornal Leitura e Escola.

Roberto Romero
Estudante do 4º período de Jornalismo do Uni-BH e de Ciências Sociais pela UFMG, participa como voluntário do Jornal da Rua desde 2008.

Tatiana Rodrigues
Estudante do 4º período de Jornalismo do Uni-BH, já colaborou para o jornal Observador, de Pedro Leopoldo, e atualmente é estagiária na Revista Ápice.

Thaís Manini
Estudante do 4º período de Jornalismo do Uni-BH, participa do Jornal da Rua como voluntária desde o primeiro semestre de 2009.